quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Estes risos me irritam

Não tem graça, não tem graça!

Eu vejo jovens deturpados

Com mentes podres e fechadas.

Uma legião de absurdos,

A incoerência e a desfaçatez.

Eu vejo velhos nojentos

Com suas criancinhas no colo.

Eu vejo o mundo torto,

O céu vermelho-sangue

E uma cidade de fumaça e granadas.

Uma parte de mim anda solta por aí,

A outra, corre desesperada tentando fugir

Pela tangente que eu ainda não encontrei

Da industria imoral que o planeta se tornou.

Então não me olhe, não me julgue, nem me teste.

Odeio testes e você me obriga

A agir como cobaia pros seus pretextos débeis.

Eu não correspondo aos teus olhos inflexíveis,

Que me depuram alma a cada segundo,

Que me corroem as veias numa série intempestiva

De perjúrios frugais que me atribuis por ser livre e sã.

Só penso um dia poder respirar um ar com cheiro de verde,

Tocar na flor de pétala verdadeira, ascender uma vela de cera.

Ter um campo de trigo e um lago pros meus patos nadarem tranqüilos.

Quero o som de instrumentos campesinos e um odre pros meus sonhos infláveis.

Quero seu ar, seu cheiro, sua cor, seu pensamento,

Seus membros e seus sentimentos.

Sua dor sumirá e tudo dará lugar ao nosso êxtase floral!