sábado, 17 de julho de 2010

Deserção

Pode ser que eu nunca encontre
O que procuro, o que desejo.
Pode ser que o céu vire o inferno
E você, meu anjo protetor.
Eu tenho um sentimento aflorando
Mas só eu sei o que me dói
Ter no pensamento faca de dois gumes
Ter no coração duas ogivas e um lume.
O que dizem minhas mãos corrompidas?
O que atestam os meus olhos ‘insólitos’?
E o que virá após a tempestade de areia parda de minhas visões?
Não aprovam os sábios minha condição sombria
E me sobrou por bagatela ter a compaixão da briosa confraria.
Assim me resigno, me visto do branco que manchei anteontem,
E lavei com as lágrimas confusas desta manhã.
Resolvi te deixar, seguir leve o caminho.
Sem o peso da esperança em vão
Carregada de minhas palavras espúrias e mal resolvidas
Sendo assim, te dedico brevemente uma canção
Que não tardará em teu peito frágil
Uma bela canção de amor...
E antes das seis você acordará
E não haverá mais o meu rastro.

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